

À medida que se aproximava, íamos-lhe distinguindo As feições: um jovem dos seus 14 a 15 anos, de uma grande beleza. Estávamos surpreendidos e meio absortos. Não dizíamos palavra.
Ao chegar junto de nós, disse:

- “Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo”.
E ajoelhando em terra, curvou a fronte até o chão. Levados por um movimento sobrenatural imitamo-lo e repetimos as palavras que lhe ouvimos pronunciar:
- “Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e Vos não amam”.
Depois de repetir isto três vezes, ergueu-se e disse:
- “Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas”.
E desapareceu.

A atmosfera do sobrenatural, que nos envolveu, era tão intensa, que quase não nos dávamos conta da própria existência, por um grande espaço de tempo, permanecendo na posição em que nos tinha deixado, repetindo sempre a mesma oração. A presença de Deus sentia-se tão intensa e íntima, que nem mesmo entre nós nos atrevíamos a falar. No dia seguinte, sentíamos o espírito ainda envolvido por essa atmosfera. Que só muito lentamente foi desaparecendo.
Nessa aparição, nenhum pensou em falar, nem em recomendar o segredo. Ela de si o impôs. Era tão íntima, que não era fácil pronunciar sobre ela a menor palavra. Fez-nos talvez também maior impressão, por ser a primeira assim manifesta.
